quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Eu não sou o homem de ferro!


Tive uma infância embalada pelo bordão: “Homem com homem, mulher com mulher”! Todos, na época, pareciam partir do princípio que homens, ainda que meninos, poderiam deixar marcas indeléveis, ensinar o que não presta, adiantar etapas, passar ensinamentos que elas só deveriam saber na fase adulta . Éramos divididos em duas tribos e, quando chegávamos à idade adulta precisávamos nos entender, namorar, casar e, de preferência, constituir uma família feliz.
Hoje em dia em nossas crianças a vontade própria impera mais cedo. A vida flui mais fácil quando fica tudo junto e misturado, sem barreiras para aprender e conhecer.  Acho que isso facilitou bastante e esta geração construída sem linhas divisórias vai, com certeza, se relacionar com mais facilidade, mais acertos. Essa de meninos sabidos, meninas indefesas sempre só existiu na cabeça dos nossos pais. Éramos apenas crianças e tudo que  queríamos era uma parceira para brincar.Na minha adolescência, pensava que só o fato de sermos de sexo diferente já seria praticamente impossível combinar. Sou hétero e por isso mesmo, acreditava que seria difícil. Via o relacionamento fadado ao fracasso pelo simples fato de um ser homem e outro mulher. Não sabia muito bem o que agradava, o que conversar. Só agora, na idade da razão, percebo que não existe tanta diferença assim. Afinal, antes de tudo, somos todos seres  de uma mesma espécie. E quanto mais conheço as mulheres mais aprendo 
 com elas e sabe por quê? Porque senão for assim não vale apena relacionar. Para isso somos feitos: meninos e meninas, homens e mulheres, seres humanos. Descobri como pode ser forte uma mulher e que homem chora sim! Quantas vezes quiser! Nâo jogo mais minhas fragilidades para debaixo do tapete, afinal não sou o homem de ferro!!!
Alberto Sion